Para consertar um motor é preciso entender como ele funciona. As relações entre suas partes e seu fim último — movimento e repouso.
A Prakrti é basicamente um motor do karma e da matéria. Como agir de forma inteligente com o karma?
Temos primeiro que ouvir o barulho do motor.
As pessoas de quem temos raiva, medo e aquelas de quem gostamos indicam o ‘barulho do motor’.
A yoga ensina a reconhecer, por esses barulhos, se o motor está funcionando bem.
O motor está operando bem quando:
1) sentimos um vínculo de amizade quando vemos alguém feliz.
2) sentimos compaixão quando vemos alguém infeliz.
3) sentimos alegria quando vemos alguém que é bom.
4) sentimos indiferença quando vemos alguém é mau.
Alguém poderia dizer — mas se sentirmos indiferença pelo que é mau, não faremos nada a respeito. Boa objeção.
Mas o que se quer dizer é que não devemos abominar ou reagir ao mal sentindo — ‘isso é absolutamente terrível’; pois tudo o que é absoluto é divino. Quando vemos uma cobra venenosa ou escorpião, nós apenas notamos o fato — é venenoso.
Somos indiferentes ao veneno, apenas sabemos que é mau, e agimos como necessário para a proteção e para o cumprimento de nosso dever. Não ficamos impressionadíssimos, atraídos, com medo, alegres, com raiva, nem nos envolvemos pessoalmente.
Existem outras formas de fazer um carro andar, e de obter movimento e repouso. Nenhum método é absoluto, e alguns mecânicos podem ser mais ousados, se forem mais experientes e tiverem mais conhecimento. Mas essa metodologia é a mais segura. Esse é o caminho da Yoga e do Sàmkhya, e daqueles que buscam discriminar e fazer a ‘engenharia reversa’ da Prakrti.
